sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Uma história cultural do furto



Em Junho do corrente ano de 2011 a editora Penguin, publicou um livro intitulado The Steal: A Cultural History of Shoplifting.

A autora desta obra de 272 páginas,
Rachel Shteir é uma professora universitária de arte dramática, alvo de amores e ódios expressos numa viva contestação dos seus alunos da DePaul University de Chicago. Paralelamente, é autora de outras obras e assina várias rúbricas em diversos jornais e revistas norte-americanas de relevo.

O livro The Steal foi considerado pela crítica como a primeira obra verdadeiramente séria que aborda a história dos furtos em estabelecimentos comerciais, no inglês simplesmente: shoplifting.

Não sei se se poderá ir tão longe.

O tema do shoplifting tem sido amplamente estudado por polícias, juristas, antropólogos, sociólogos, psicólogos e criminologistas, todavia, a maioria desses estudos contêm abordagens científicas e técnicas pouco vocacionadas a garantir sucessos comerciais nas bancas e livrarias, apesar da sua leitura ser perfeitamente acessível ao comum dos mortais.

The Steal não se trata propriamente de uma obra que nos permita encarar, analisar racional ou cientificamente o fenómeno do shoplifting, encontrando uma receita para a sua resolução, mas, pelos vistos, também não tem essa pretensão.

Escrito num estilo que se situa entre o jornalismo e a escrita ficcional detectivesca, a autora procede ao relato salpicado de cenários exemplificativos que nos leva à explosão urbanística e demográfica da cidade de Londres no período anterior ao século XIX e procede daí para a Europa continental, onde foram criadas as primeiras galerias comerciais.

Entretanto, vão surgindo algumas confusões entre o fenómeno do simples shoplifting com a sua forma mórbida, a
cleptomania.

Nos anos 60 do século passado, este tipo de furtos é, de acordo com a autora, carregado com um simbolismo político muito próprio dos movimentos alternativos e de contestação surgidos naquela década nos Estados Unidos e na Europa com especial destaque para a França.

Terá o shoplifting passado a ser considerado, neste contexto, como um acto de rebeldia juvenil ou geracional contra um sistema?

É no culminar dessa década que
Abbie Hoffman publica um livro intitulado Steal This Book (1971), invocando no título aquele acto, não como um simples desvio à ordem social, mas como um manifesto contra essa ordem social.


Todo esse livro (que já não precisa de subtrair da loja, podendo fazer o seu download carregando aqui), é um manual prático, não sobre shoplifting, mas sobre irreverência, rebeldia e luta anti-sistema.

Hoje, muitos estudiosos e analistas olham para este tipo de furtos como uma resposta epidémica a uma cultura de consumo que ultrapassou todos os limites e que se entranhou em todos, mesmo aqueles que não têm recursos para a aquisição legítima.

A questão já não está no "poder ter". Trata-se mais do "ter de ter", independentemente de poder ter legitimamente.


Sem ser uma obra-prima, The Steal é um livro interessante do prisma ilustrativo que pode merecer uma leitura, especialmente daqueles que trabalham no ramo do comércio e querem ampliar os seus horizontes.

Deixo-vos com os detalhes da obra, para que a possam encontrar ou encomendar:

Título: The Steal: A Cultural History of Shoplifting Autor: Rachel Shteir
Editora: The Penguin Press HC
Qualificação: Não ficção / Documentário
Data: 30 Junho de 2011
Extensão: 272 páginas
Língua: Inglês

ISBN-10: 1594202974
ISBN-13: 978-1594202971

Desde a sua publicação até ao presente momento (cerca de 4 meses) o seu preço de capa variou entre quase $ 30 US (dólares americanos) e cerca de $ 10 US (fonte: Amazon e Ebay).

Saiba mais sobre esta obra e a sua autora, consultando as seguintes ligações:
Daily Finance

Aguardo os seus comentários.

Até breve!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Cleptomania

O termo cleptomania designa a incapacidade de resistir a um impulso de apropriação de objectos alheios.

Esta incapacidade está classificada como um transtorno mental ou comportamental, mais concretamente um transtorno dos hábitos e dos impulsos, de acordo com a CID-10, a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS / WHO).

Já no classificador DSM-IV (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, publicação da American Psychiatric Association), esta perturbação apresenta-se como uma categoria secundária dos transtornos do controlo dos Impulsos, onde também se encontram outras perturbações como o transtorno explosivo intermitente (incapacidade de controlar acessos violentos), a piromania (impulso incendiário), a ludopatia (o jogo patológico) ou a tricotilomania (impulso de arrancar cabelos).

O diagnóstico desta perturbação deve considerar, enquanto característica essencial, o fracasso recorrente em resistir ao impulso de subtrair objectos, embora estes não sejam necessários para o uso pessoal ou tenham valor significativo (critério A).

Adicionalmente, verifica-se que o doente, actuando isoladamente e sem qualquer planeamento, vivencia um sentimento de crescente tensão antes da subtracção (critério B) e sente prazer, satisfação ou alívio ao concretizar o furto (critério C). O furto não é cometido para expressar raiva ou vingança, não é realizado em resposta a um delírio ou alucinação (critério D), nem é explicado por um Transtorno da Conduta, um Episódio Maníaco ou um Transtorno da Personalidade Anti-Social (critério E).

Por norma, os objectos furtados têm pouco valor para o doente, o qual, frequentemente teria condições para os adquirir legitimamente.

Esta desnecessidade e desprendimento em relação ao objecto subtraído, revela que o móbil não está na coisa furtada mas na impossibilidade de resistir à satisfação do impulso. Após a subtracção, os objectos furtados podem ser oferecidos, atirados fora, coleccionados ou até disfarçadamente devolvidos (o que se pode traduzir numa excitação semelhante ao da subtracção).

O cleptomaníaco tem uma personalidade egodistónica (o que significa que vive uma contradição ou, pelo menos, um conflito, entre os seus impulsos e as suas convicções, morais e sentimentos, sendo esse conflito causa de sofrimento profundo), estão conscientes de que os seus actos não apresentam racionalidade e são contrários às normas sociais.

O cleptomaníaco tem medo de ser detectado, habitualmente, sente o acto como contrário à sua consciência moral, sente culpa e tende a deprimir.

Distinguir esta perturbação de um comportamento anti-social não patológico ou de outras perturbações mentais implica fazer um diagnóstico diferencial.

O diagnóstico diferencial impõe reconhecer que ao contrário da cleptomania, o furto comum seja planeado ou oportunista, é deliberado e motivado pela utilidade ou valor monetário ou simbólico do objecto subtraído.

Os furtos praticados por jovens, especialmente adolescentes, são comuns e frequentemente irracionais, mas constituem actos de rebeldia ou rituais de afirmação e de iniciação que não se devem confundir com a conduta mórbida do cleptomaníaco.

Ao contrário de outras perturbações com características anti-sociais, a cleptomania não constitui um padrão geral de comportamento, ou seja, o doente, raramente tem comportamentos anti-sociais de outra ordem.

A Cleptomania deve ainda ser distinguida do furto intencional ou inadvertido que pode ocorrer durante um Episódio Maníaco, em resposta a delírios ou alucinações (por ex., na Esquizofrenia) ou como resultado de uma demência (transtorno mental orgânico).

A Cleptomania é uma condição rara, que parece ocorrer em menos de 5% de pessoas que cometem furtos em lojas.

Isto significa que a esmagadora maioria dos furtos cometidos em lojas, são praticados por pessoas perfeitamente normais.

Aguardo os seus comentários e as suas questões.

Até breve!

sábado, 1 de outubro de 2011

LUSA: Aberturas de novos centros comerciais adiadas ou canceladas

 
A agência noticiosa LUSA, referindo-se ao último relatório da Cushman & Wakefield, noticiou que abertura de novos centros comerciais em Portugal está, segundo um estudo da , a ser "adiada ou cancelada", não só por falta de financiamento como pela maturidade do próprio mercado.
 
A LUSA informou que: O documento indica que a previsão de oferta futura de centros comerciais até 2013 "retrata a maturidade do mercado e o actual enquadramento do sector, com valores muito inferiores aos que se verificaram no passado".
 
A multinacional Cushman & Wakefield destaca que, de entre os novos projectos previstos durante os próximos três anos, cerca de 12 novos centros comerciais, "uma parte importante dos mesmos encontra-se ainda numa fase prematura, não passando em muitos casos de intenções de investimento que poderão ser adiadas ou mesmo canceladas".

O relatório refere também que, devido à crise, os outlets como o Freeport, em Alcochete, e o The Style, em Vila do Conde, "beneficiaram nos últimos anos do enquadramento de crise económica, com a cada vez maior valorização do factor preço por parte dos consumidores".

Já em 2009 o Diário Económico noticiára o abrandamento da construção de centros comerciais em Portugal, precisamente baseando-se em informações da Cushman & Wakefield

Segundo aquela consultora, dos 1,2 milhões de metros quadrados de centros comerciais previstos até 2012, só 400 mil estavam em construção, ou seja, qualquer coisa como quatro Dolce Vita Tejo, o maior centro da Europa.

Ainda assim, no primeiro semestre de 2009 abriram em Portugal sete novos centros comerciais de grande envergadura, mais 7% que em 2008.

De acordo as informações daquela consultora em 2009, o cancelamento ou adiamento de projectos de construção anunciava uma retracção.

Contudo, também adiantou que o número de centros com abertura prevista para 2009 bateria um novo recorde na área bruta inaugurada.

Para saber mais sobre estes relatórios e sobre a população alvo destes estudos da Cushman & Wakefield, consulte as seguintes ligações:


Bem como:

Portugal economic MarketBeat 2Q11

Portugal industrial MarketBeat 2Q11

Portugal office MarketBeat 2Q11


Aguardo os seus comentários e as suas questões.

Até breve!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Mais sobre Prevenção Situacional

Quando mencionei o tema da Routine Activity Theory, referi que esta teoria sintetiza as condições necessárias e suficientes para que o crime ocorra, a saber:

1 - Um alvo adequado e disponível;

2 - Um potencial criminoso devidamente motivado e

3 - A ausência de um “guardião” (seja uma figura de autoridade, protecção ou qualquer outro elemento humano ou tecnológico que desmotive o delinquente).

Esta abordagem celebrizou-se pelo acompanhamento de um gráfico triangular que corresponde à relação dos três parâmetros básicos do problema: vítima / alvo, delinquente e “guardião”. Esse gráfico é conhecido como Problem Analysis Triangle ou triângulo de análise.

Ora, enquanto o triângulo de análise ajuda a esquematizar o problema, constituindo-se como uma ferramenta de análise, a
Prevenção Situacional é o método que procura criar um modelo de intervenção especifico para cada problema.

Procurando conhecer o conjunto de situações que facilitam o crime (as oportunidades), a teoria da
Prevenção Situacional preconiza uma estratégia de prevenção assente em 5 modalidades de acção complementares:

1 - Aumentar o esforço do criminoso para atingir os seus objectivos;

2 - Aumentar os riscos do cometimento do crime;

3 - Reduzir a recompensa ou benefícios obtidos através da prática do crime;

4 - Suprimir as causa de justificação mais comuns que os criminosos detectados utilizam para justificar a sua conduta e desculpar-se;

5 - Reduzir ou evitar qualquer procedimento ou conduta que possa provocar ou incitar as pessoas a cometer crimes.

Estas cinco condutas destinadas à redução das oportunidades do criminoso podem ser expandidas numa lista de
25 técnicas de prevenção situacional.

Irei falar delas em breve, em todo o caso, poderão consultá-las a partir do site do
Center for Problem Oriented Policing, ou clicando AQUI.

Recomendo que releia:


Routine Activity Theory

Situational Crime Prevention: A Prevenção Situacional

A ocasião faz o ladrão!

Espero pelos seus comentários e questões!

Até breve!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

LUSA: Quebra de vendas não encerra lojas

No dia 19 de Setembro a agência noticiosa LUSA noticiou que, de acordo com informações do relatório MarketBeat, da multinacional Cushman & Wakefield (C&W), a "quebra acentuada das vendas no retalho ainda não teria provocado "encerramentos de lojas em massa" ou "saída de insígnias" de Portugal.

O mesmo relatório indica que existe uma "retracção na estratégia de expansão".

Segundo a LUSA, o documento, apresentado à comunicação social, indica que a resposta dos lojistas "às quebras cada vez mais evidentes e acentuadas na facturação foi a retracção na estratégia de expansão".
 
O MarketBeat indica que a crise económica teve "um impacto forte" nas vendas do comércio, que regista "quebras sucessivas ao longo deste últimos três anos".
 
Para C&W, os operadores de retalho em Portugal "demonstram acreditar no potencial do sector, tendo respondido à crise com estratégias de preço e de fidelização de clientes".
 
A multinacional não descarta que, até ao final do ano, haja "novas quebras no consumo" provocadas pelas medidas de austeridade impostas pelo Governo e que "serão especialmente sentidas em Dezembro, momento em que a grande maioria da população irá ser alvo do novo imposto extraordinário".

Em termos de oferta, a taxa de crescimento dos conjuntos comerciais "registou o seu valor mais baixo desde os anos 90, apenas 2,5%", quando na última década a média de crescimento foi de 10%.

O estudo em referência versa sobretudo operadores de grandes superfícies comerciais e redes de lojas.

Aguardo os seus comentários e as suas questões.

Até breve!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

LUSA: Chiado é a zona comercial mais cara do país


Fazendo reporte ao relatório MarketBeat, da Cushman & Wakefield (C&W), a agência noticiosa LUSA, informou que a zona comercial do Chiado, em Lisboa, passou a ser a mais cara do país, destronando a Avenida da Liberdade que, segundo aquele relatório, liderou o 'ranking' durante vários anos.

Segundo a C&W, "apesar da apatia sentida no mercado imobiliário em geral", os primeiros seis meses de 2011 indicam que, em Lisboa, "a zona do Chiado é hoje a que pratica as rendas mais elevadas", situando-se o valor de referência nos 80 euros por metro quadrado por mês, enquanto que na Avenida da Liberdade se situa nos 72,50 euros por metro quadrado por mês.

O MarketBeat refere também que, no Porto, a Rua de Santa Catarina é a principal referência para o comércio de rua na cidade e mantém também o valor da renda em 45 euros por metro quadrado por mês, um montante que já vem desde 2009.

O relatório frisa que o comércio de rua "registou nos últimos anos um crescimento significativo em Portugal, em especial na cidade de Lisboa" e muito particularmente na zona do Chiado, associada "a um público jovem , 'trendy' e com poder de compra acima da média.

O sector do retalho, diz o documento, está a viver o período mais difícil desde 2007, altura em que "tem vindo a sofrer com a deterioração do poder de compra dos consumidores e com a sua própria maturidade, que lhe confere um ambiente cada vez mais concorrencial".

Para saber mais sobre estes relatórios e sobre a população alvo destes estudos da Cushman & Wakefield, consulte as seguintes ligações:


Bem como:

Portugal economic MarketBeat 2Q11

Portugal industrial MarketBeat 2Q11

Portugal office MarketBeat 2Q11

Aguardo os seus comentários e as suas questões.

Até breve!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Economia - Chiado é a zona mais cara de Lisboa - RTP Noticias, Vídeo

O Chiado é a zona comercial mais cara de Portugal. Ultrapassou a Avenida da Liberdade. Uma renda mensal no Chiado pode custar mais de 20 mil euros por mês.

Veja o vídeo, clique nesta ligação:
Economia - Chiado é a zona mais cara de Lisboa - RTP Noticias, Vídeo

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Quebra desconhecida: Algumas medidas preventivas do furto – Parte II

Na sequência da última entrada com o mesmo título, irei continuar o elenco de algumas práticas úteis à prevenção dos furtos nas lojas.

O seu pessoal é um recurso imprescindível na prevenção de furtos nas suas lojas. Aposte na sua motivação e mantenha-os informados e formados. Vai necessitar de funcionários profissionais e competentes: a simpatia, a capacidade de interagir de imediato com o cliente mostrando-se disponível, atento e assistindo-o sem ser demasiado ostensivo, são qualidades inestimáveis que inibem a maior parte das condutas lesivas para o seu negócio.

Esforce-se por implementar ainda as seguintes medidas em complemento das 9 anteriormente referidas:

10. Inclua nas suas políticas internas um conjunto de regras sobre o atendimento ao público e alerte frequentemente os seus funcionários para a importância da prevenção de furtos no interior da loja.

11. O seu pessoal deve olhar francamente para os clientes que entram na loja, deve cumprimentá-los e apresentar-se de forma simpática. Esta postura significa “boas-vindas!”, mas também indica que o cliente não passou despercebido.

12. Para ajudar os seus funcionários nesta tarefa, coloque uma campainha ou sinal luminoso e/ou sonoro que marque cada nova entrada no seu estabelecimento. Esse sinal servirá como alerta para ambos (funcionários e clientes).

13. Ao lado da porta pinte ou coloque uma régua. Não precisa de a marcar metricamente, ela servirá apenas de referência visual. Em caso de necessidade, o momento do contacto visual com o cliente à entrada, juntamente com esta referência, apoiarão um retrato falado do suspeito. Se o seu funcionário olhou para o cliente quando este passava junto da porta, conseguirá mais facilmente indicar qual era a sua estatura.

14. Os funcionários deverão estar sempre a par dos valores da mercadoria. Esta noção ajudará a detectar a troca de preços porque no momento do registo, o empregado que conhecer os preços irá notar que algo não está correcto.

15. Lembre-se sempre que a sua prioridade é a prevenção e não o "combate ao crime", releia a entrada Como reagir em caso de assalto? e instrua correctamente os seus funcionários para que saibam exactamente o que fazer sem terem de se colocar em risco.

A propósito desta temática consulte ainda:

Situational Crime Prevention: A Prevenção Situacional
Routine Activity Theory
A ocasião faz o ladrão
Hot Products
O que desaparece da minha loja?
Shrinkage: A Quebra Desconhecida
Quebra Desconhecida: Quanto anda a perder
Quebra Desconhecida: Como reduzir a quebra nos inventários
Quebra desconhecida: Algumas medidas preventivas do furto – Parte I

Aguardo os seus comentários e as suas questões.

Até breve!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Quebra desconhecida: Algumas medidas preventivas do furto – Parte I



Retomemos o tema da Quebra Desconhecida, no seguimento dos posts anteriores:


Aplicando os princípios da Prevenção Situacional poderemos com relativa facilidade implementar medidas preventivas de furto na sua loja. As medidas que irei sugerir passam, essencialmente, pela disposição escolhida para os expositores de produtos, implementação de medidas simples para a melhoria da vigilância da loja e formação dos funcionários para o atendimento ao público.

Neste caso, aplicar os conhecimentos da Prevenção Situacional significa (1) reduzir as oportunidades para a ocorrência dos furtos, (2) aumentar a dificuldade e o risco das tentativas de furto, especialmente dos artigos de maior valor, (3) reduzir as recompensas da prática do furto, (4) abalar a confiança dos criminosos, relativamente ao sucesso da conduta criminosa.

Passemos em revista algumas boas-práticas de prevenção:

1.    Já referi anteriormente que a disposição de cada elemento, mobiliário, expositor, artigo na loja, é essencial a garantir a melhoria da capacidade de vigilância do espaço. Um espaço bem desenhado, estruturado e arrumado não elimina os riscos mas contribui substancialmente para a sua redução. O ideal é ter o centro da loja desimpedido, mas sendo a tarefa difícil, tente organizar o espaço de molde a obter corredores mais curtos e mais largos. Isto facilitará a vigilância desses espaços e colocará pessoas mal-intencionadas numa situação menos confortável para furtarem artigos.

2.    Uma boa iluminação dos espaços é também útil para dificultar o furto. Apesar de ser importante garantir a uniformidade de iluminação em todo o espaço, em caso de dificuldade, aposte essencialmente na iluminação de pontos de menor visibilidade.

3.    Expositores especiais e promocionais devem ser colocados em planos baixos em pontos centrais da loja para que possam ser apreciados sem que perturbem a visibilidade dos funcionários em relação a outras áreas do estabelecimento.

4.    A utilização de espelhos colocados em pontos altos e incidindo sobre “zonas mortas”, acrescenta capacidade de vigilância sobre espaços de difícil controlo sem que os funcionários se tenham de deslocar sistematicamente. Existe uma loja de marca que utiliza um décor-tipo que inclui a colocação de espelhos, todavia, do prisma de segurança, essa empresa quebra todas as regras em nome da estética: coloca esses espelhos (sempre grandes e com moldura) por detrás dos balcões de atendimento, permitindo aos clientes / visitantes observar tudo o que se encontra no interior do balcão. Neste caso, é o cliente que vigia o funcionário e não o contrário.

5.    Em adição aos procedimentos anteriores, poderá apostar na colocação de artigos de menor valor ou de difícil transporte nas zonas mais escondidas e de vigilância mais difícil. Este procedimento reduz as perdas quer por via do menor valor dos objectos subtraídos, quer pela impossibilidade de os ocultar e transportar para fora da loja sem que isso seja notado.

6.    Os artigos de maior valor, especialmente aqueles que têm pequenas dimensões, devem encontrar-se em expositores de fácil vigilância, fechados e o mais perto possível dos balcões de atendimento.

7.    A boa organização do seu espaço, para além de tornar a loja mais agradável, melhorará a sua capacidade de a vigiar e de notar se alguma coisa deixou de estar onde devia.

8.    Coloque o balcão de atendimento / caixa o mais perto possível da entrada para que não haja ninguém a sair da loja sem passar pelas caixas e respectivos funcionários.

9.    Em complemento destas medidas, informe-se sobre as múltiplas possibilidades tecnológicas de segurança que existem: etiquetagem electrónica, alarmes, pórticos, câmaras de vídeo. Estas soluções são ainda dispendiosas mas tenderão a tornar-se mais acessíveis com o avanço da tecnologia e o aumento da produção industrial. Mantenha-se a par das novidades e consulte especialistas para que lhe seja feito um projecto à medida das suas necessidades.

Continuaremos este elenco de boas-práticas na próxima entrada: Quebra desconhecida: Algumas medidas preventivas do furto – Parte II

Até breve!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Segurança na organização de eventos


Em mais de uma ocasião foi-me solicitado que escrevesse um pouco sobre a segurança de eventos com intuítos promocionais e comerciais de natureza diversa.
Apesar de se afastar um pouco do tema central deste blogue, a base teórica aplicada à análise de risco destes eventos é a mesma que se aplica a outras análises de risco.

Em primeiro lugar é preciso perceber o problema.

Quando se começam a colocar questões sobre as percepções do risco nesta actividade, vão-se colhendo respostas em forma de pergunta como:

"... como posso efectuar um efectivo controlo de acessos?"

"... em que medida posso condicionar o acesso de pessoas ao interior dos espaços delimitados para o evento?"

"... que critérios devo utilizar na selecção de pessoas?"

Qualquer destas questões tem um aspecto central. Todo o problema provém do  condicionamento de acessos, no seu controlo e na prevalência da tranquilidade e da ordem dentro dos espaços do evento.

A resposta a este problema passa (1) pela escolha de espaços que possam ser claramente delimitados e (2) pela implementação de medidas profissionais de controlo de acessos.

Para o primeiro aspecto concorre a boa organização do evento. O planeamento deste tipo de acontecimentos deve entender o espaço, não apenas como um recurso, mas também como um problema, ou seja, apesar do espaço dever ser atractivo para o público, também deve ter outras caracteristicas, como a facilidade de acessos, de estacionamento de viaturas, boas indicações sobre os pontos de acesso e de saída. O pessoal presente deve ter capacidade de comunicação e deve estar capacitada para resolver conflitos.

Quando tiver de escolher um local, enumere e classifique os pontos de acesso e de saída.
A classificação deve seguir uma escala de importância comercial para si sem descurar o valor dos acessos para efeitos de rápido escoamento de pessoas em caso de necessidade.

Contrate pessoal especializado para o controlo de acessos. Este ponto é importante, uma vez que o mercado de fornecimento de segurança privada ilegal é tanto ou mais dinâmico que o legal mas, naturalmente, comporta riscos enormes para os seguranças e para as pessoas que os contratam.

Se precisar de fazer controlo de acessos, certifique-se de que cumpre com a lei e opte por contratar os serviços de uma empresa que opere legalmente, munida dos competentes alvarás e com trabalhadores vinculados por contrato de trabalho e em situação regular.

Em caso de dúvida sobre a legitimidade da empresa, contacte a Polícia de Segurança Pública, entidade à qual compete, nos termos da Lei n.º 53/2007, de 31 de Agosto, o controlo, licenciamento e fiscalização da actividade de segurança privada.

Lembre-se que esta matéria é sensível e a violação da lei quer pelos seguranças, quer pelos seus contraentes é susceptivel de instauração de procedimento criminal para ambos.

Tudo o resto é comunicação e informação.

O acesso a um evento restrito faz presumir uma determinada conduta de comportamento.

Pessoas que forcem a entrada, que recusem o pagamento do valor de acesso definido e que seja explicito, que aparentem estar embriagadas, sob o efeito de drogas, apresentem indícios de anomalias psíquicas e por esses motivos possam constituir um risco para si e para os outros ou cujo estado contribua para a alteração da paz e ordem pública, podem ser excluidos de espaços condicionados.

Todavia, recomenda-se cautela e bom senso na gestão destas pessoas e aconselha-se que antes de ser necessário utilizar a força, se recorra às autoridades públicas.

Agradeço à MCG - Produções e Eventos as questões que me colocou sobre esta matéria e espero que a resposta seja útil a todos aqueles que exploram o mesmo ramo de actividade.

Até breve! 

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Sobre a segurança

"Temos de restaurar o equilíbrio de responsabilidades entre os cidadãos e as polícias, uma vez que o controlo social eficaz não poderá ser alcançado apenas recorrendo aqueles que são contratados para o efeito."

Goldstein, H., Policing a Free Society, Ballinger Publishing, 1977

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Quebra desconhecida: Como reduzir a quebra nos inventários



Já aqui falámos de “shrinkage” ou “quebra desconhecida” e de como fazer uma análise das suas perdas.

Hoje abordaremos algumas práticas que, quando bem aplicadas, tendem a reduzir a quebra.

Em primeiro lugar, convença-se que os seus clientes não são necessariamente os seus maiores adversários e, portanto, quando implementar medidas de prevenção não pense unicamente neles.

Alguns exemplos para justificar a ampliação da nossa visão sobre o problema:

1 – O Barómetro Nacional da Quebra Desconhecida, na sua edição de 2010 apurou que nas superfícies em análise, os clientes representaram 50,50% das fontes de quebra, sendo que os funcionários se lhes seguiram na percentagem de 23,14%. Os erros contabilísticos representam cerca de 6% das quebras.

2 – Dados de Novembro de 2009 do Centre for Retail Research indicaram que 34,4% dos furtos de stock são praticados por funcionários.

3 – O Global Retail Theft Barometer de 2009, também identifica os funcionários como responsáveis por 35.5% das perdas.

4 – No resumo do Global Retail Theft Barometer de 2010 podemos perceber que embora o volume de furtos praticados por clientes seja mais massificado e corresponda a um maior volume da quebra (quer em artigos, quer em valores), o valor dos bens subtraídos por funcionários costumam ser substancialmente superiores… cerca de 10 vezes mais.

5 – Nos Estados Unidos da América estima-se que a quebra devida à acção dos funcionários seja na ordem dos 44%, sendo frequentemente apontada como a primeira das causas de quebra nos stocks.

Estes dados poderão tê-lo surpreendido um pouco ou talvez já tenha tido uma experiência constrangedora que os comprova.

Todavia, não vale a pena ficar desconfiado relativamente a todos quantos trabalham consigo ou visitam o seu estabelecimento enquanto clientes.

Existem muitas causas para a ocorrência destes episódios infelizes, mas há que relativizá-los e passar à acção.

O que fazer?

Crie regras claras de funcionamento para o seu estabelecimento e certifique-se que os seus funcionários conhecem e seguem as suas políticas internas.

Não vá longe demais. Antes de começar a estabelecer regras demasiado rígidas para os seus funcionários (algo que pode ser contra producente), conheça a lei para saber com exactidão até onde pode ir e tente sempre agir fazendo uso da melhor ferramenta de gestão de sempre: o bom senso.

Não perca de vista que os seus funcionários são o seu recurso mais valioso e, de facto, aquelas percentagens que referimos e que o poderão ter assustado, referem-se essencialmente a grandes superfícies e cadeias, onde o número de empregados é grande, a mobilidade enorme e as ligações entre os funcionários, as empresas e os respectivos empregadores são ténues - sem laços não há lealdade!

Compreenda que, não há melhor segurança do que aquela que é proporcionada por um empregado que se sente parte da casa e que "veste a camisola". Por isso, faça o que estiver ao seu alcance para atingir esse primeiro objectivo: mais do que um patrão, torne-se um líder e ganhe a adesão voluntária dos seus funcionários. A chave está na comunicação e partir daí, tudo será mais fácil.

Sendo essencial manter o controlo da actividade na loja, comece por criar uma “política” para o funcionamento do seu estabelecimento.

A sua política será o conjunto de regras / protocolos / automatismos / procedimentos que estabelecer para a sua loja e que deverão ser aplicados por todos os seus funcionários para que os problemas se resolvam sem que tenha de ser chamado a intervir em tudo.

1 – Crie regras claras relativamente às consequências das condutas dos funcionários

Para além de questões relacionadas com a relação com os clientes, normas para o atendimento, informações e reclamações e, sem prejuízo das normas gerais relativas ao Direito do Trabalho e as que possam ser legalmente incluídas nos contratos de trabalho, estabeleça regras claras relativamente às consequências do furto, fraude, abuso de confiança, burla ou outras condutas quando sejam praticadas por funcionários.

Explique clara e detalhadamente que qualquer conduta lesiva da propriedade da empresa constitui, para além de qualquer outra previsão legal, uma infracção susceptível de ser penalizada com o justo despedimento.

2 – Utilize a caixa ou o ponto de venda electrónico (POS) como equipamento de controlo

Reveja diariamente as transacções e procure indícios de condutas suspeitas: aberturas excessivas da caixa, que possam ter sido desnecessárias ou injustificadas.

Verifique se existem devoluções de pequenos montantes ou de montantes que não correspondem a nenhum artigo da loja.

Verifique cada estorno executado e confronte-o com a existência do produto em stock.

Caso tenha a sua loja informatizada ou pretenda informatizá-la, utilize sempre equipamentos e software que exija a identificação do utilizador. Distribua senhas secretas para uso individual para cada funcionário e responsabilize-os pela sua utilização.

Caso tenha vários funcionários e um gerente de loja, deve ser apenas este último a responsabilizar-se por estornos ou devoluções.

Estude as suas margens de lucro e conheça os produtos recordistas de venda e aqueles que mais desaparecem. Procure perceber porque é que esses fenómenos acontecem.

3 – Instale dispositivos de vigilância

Sempre que se fala de segurança, fala-se de videovigilância, alarmes e pórticos. Todos esses dispositivos são bons, mas não faz sentido desatar a comprar tudo o que vai aparecendo de novidades tecnológicas.

Um especialista em equipamentos de segurança sério e credível não lhe impingirá tudo o que tiver em armazém. Contrariamente, aconselhá-lo-á a obter uma solução comedida e exactamente à medida das suas necessidades.

Por outro lado, “dispositivo de vigilância” não é sinónimo de alta tecnologia.

Na maioria dos casos, espelhos bem colocados poderão resolver a grande maioria das necessidades de vigilância de um estabelecimento comercial. Falaremos desses meios simples em breve.

Caso opte pela instalação de sistemas de videovigilância, lembre-se de colocar os dispositivos de gravação fora da loja.

Recordo-me de um caso em que numa loja acabada de abrir que possuía um sistema de videovigilância topo de gama, muito dispendioso e sofisticado. Os assaltantes arrombaram as montras de vidro, levaram o material dos expositores, as câmaras e o computador que recebia e gravava as imagens e que estava instalado no balcão de atendimento.

O furto do equipamento de videovigilancia comportou perdas superiores ao do restante material!

Sabe-se que a mera existência de câmaras de filmar visíveis, tem um efeito dissuasor. Em certos casos até se colocam monos, ou seja, imitações de câmaras de filmar que nada filmam.

Todavia, também é verdade que o efeito dissuasor tende a dissipar-se com o tempo e a habituação.

É conveniente observar periodicamente as gravações, especialmente se suspeitar de alguma coisa.

Recorde-se que a instalação de câmaras apenas deve ter como objectivo a prevenção do crime e o apoio à sua investigação.

Informe-se bem sobre esta matéria, consulte um jurista e respeite sempre a lei, quer na instalação de vigilância desta natureza, quer na utilização das imagens.

As penalidades para infracções por instalação e utilização ilegítima de videovigilância podem ser pesadas e revestir contra-ordenações ou penas de prisão.

4 – Seleccione bem e forme melhor

Como já referido, não há melhor segurança do que aquela que é proporcionada por um empregado que se sente parte da casa e que "veste a camisola".
Invista o tempo necessário a escolher os funcionários certos para a sua empresa.

Não tenha apenas critérios financeiros e lembre-se que a precariedade impede a criação de ligações e a falta de ligações impedirá a constituição de equipas. Pense bem antes de contratar e contrate correctamente.

Uma vez contratados, os funcionários devem ter informação e formação. Isto é também um investimento.

Antes de terminar, mais uma dica:

A sua presença é indispensável.

Não deixe o seu negócio unicamente nas mãos dos outros.

Se não tem tempo para ir à loja e não tem ninguém que trate disso por si, talvez deva repensar o seu ramo de actividade.

Como diz o ditado, “patrão fora… “

A propósito deste tema recomendo a leitura das seguintes ligações:

Recomendo ainda que releia as seguintes mensagens:



Até breve!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Participe!


O blogue «Segurança no Comércio» precisa das suas visitas, mas também da sua participação.
Não hesite em partilhar pelos canais e redes sociais disponíveis em cada mensagem, comentar  e remeter mensagens, colocando questões e sugerindo temas do seu interesse.

Terei muito gosto em abordar temas do seu interesse que se enquadrem nos objectivos deste blogue.

Até breve!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A segurança, a imagem e os negócios

O jornal O Dia online noticiou no dia 16 de Agosto de 2011 que a Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro referiu que o processo de implantação de uma nova política de segurança pública no Rio de Janeiro,  tem tido óptimas repercussões na imagem da cidade e na segurança dos cidadãos, com inequívocas vantagens para o comércio.
Presidente da Câmara Portuguesa referiu que “A insegurança afasta o capital e, antigamente, qualquer turista temia vir ao Rio. Hoje, eles mesmos dizem que a segurança mudou. O mercado está aquecido”, mostrando uma revista alemã que retratava o trabalho de policiais das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) com crianças.

Veja a notícia completa: Segurança que atrai turistas e negócios

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Quebra desconhecida: Quanto anda a perder?

Independentemente da causa, as perdas no inventário têm repercussões graves no equilíbrio financeiro das empresas.
Antes de avançar para quaisquer soluções devemos sempre tentar perceber o problema, identificando as fontes de risco e as causas da quebra.
Desfaça-se de algumas ilusões. Uma boa parte da quebra, está associada a furtos que não ocorrem nas lojas (praticados por “clientes”) mas à acção negligente ou dolosa de pessoas que estão no circuito de embalagem, transporte, distribuição, armazenagem e reposição.
A Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) emitiu há já alguns anos uma recomendação com um conjunto de regras que ajudam a pôr em prática um plano de reconhecimento de riscos.
A Recomendação: como prevenir quebras desconhecidas na cadeia de abastecimento que pode ser consultada ou baixada a partir do sítio da APED, contém indicações preciosas que de seguida se sintetizam.

1. Conheça a sua quebra: reúna informação
Para conhecer a quebra a que está sujeito calcule a diferença de inventário
Ao Stock inicial subtraia o valor das saídas de produtos (vendas, devoluções a fornecedores…) e some as entradas de produtos (compras, devoluções de clientes…). O resultado será o Stock teórico.
Ao Stock teórico subtraia o Stock real para obter a diferença de inventário.
Olhe para os resultados perspectivando (1.º) a percentagem do custo das quebras relativamente ao número de vendas, valorizando as quebras de produtos a preços de custo médio e (2.º) a percentagem de unidades que faltam no total das unidades vendidas.
Quando proceder ao cálculo da diferença de inventário, reveja os seus procedimentos, de modo a evitar:
·         Enganos nos movimentos a serem considerados pelo cálculo do inventário teórico como, por exemplo, não inclusão de vendas realizadas durante a inventariação e os cálculos. Para isso, estabeleça um momento preciso para fechar a inventariação e proceder ao cálculo.
·         Analisar informação incorrecta ou incompleta, especialmente, duplicação de vendas, envios incorrectos de transacções, confusão de códigos, notas de entrega de armazém, facturas relativas a entrega nas lojas, devoluções de produtos, alterações e regularizações de preço (especialmente nas promoções e saldos), auto-consumos, entre outros.

O cálculo da diferença de inventário tornar-se-á uma ferramenta indispensável a tomar, de forma mais racional, algumas decisões importantes, sobre:
·         Revisão ou implementação de procedimentos internos
·         Adopção de medidas de segurança pontuais sobre determinados produtos, áreas da loja, pessoas, circuitos…
·         Alterações sobre a exposição dos produtos, concebendo formas mais seguras de o fazer, nomeadamente, alterando a sua localização, embalagem, disposição…

2. Conhecer os factores de risco
Já anteriormente definimos o que era a Quebra Desconhecida e indicamos o Furto externo, o Furto interno e os Erros administrativos como as causas mais comuns para a sua ocorrência.
É importante saber genericamente que existem essas fontes de risco, mas convém ser mais preciso e investir na análise do seu problema particular se quer construir uma solução à sua medida.
Quando estiver preparado para implementar medidas releia os seguintes textos deste blogue:

3. Boas práticas
Seja minucioso na gestão da informação e tente através da diferença de inventário observar quais os produtos que mais desaparecem e com que frequência. Com alguma atenção, talvez consiga mesmo identificar os períodos do dia, da semana, do mês e do ano em que o risco aumenta. Verá que vai ter uma visão precisa sobre:
·         O que atrai mais os ladrões
·         Se a disposição dos produtos na loja é correcta em função da segurança
·         A rotação do produto
·         O seu grau de perecibilidade

Utilize esta importante ferramenta para:
·         Estabelecer melhores práticas, como, a realização de uma contagem prévia sobre a localização dos produtos, sobretudo os arrumados em diferentes locais
·         Uniformizar e normalizar a metodologia da contagem e a documentação de apoio a utilizar, como sejam formulários e tabelas, entre outros
·         Aumentar o nível de precisão das categorias ou produtos que apresentem riscos mais elevados, por exemplo, conte fisicamente duas vezes os produtos e faça comprovações aleatórias da integridade dos bens.

A propósito deste tópico, recomendo ainda a leitura dos seguintes artigos:

APED:
HIPERSUPER:
RETAIL RESEARCH: